O começo do ano nos traz as mesmas sensações, tenho de ser
diferente, tenho de melhorar meu humor, Vou entrar na academia, promessas e
mais promessas das quais renovamos todo ano como um cartão fidelidade, do qual
tentamos mas nunca nos desvincilhamos, se eu tivesse o poder de escolher um
desejo, desejaria fazer o que deve ser feito e nada mais, em 2012 o
que mais se quer é estar seguro, mas será que podemos?
Computador ligado, página em branco aberta, o cursor pisca
freneticamente pedindo as primeiras letras da história, a cabeça viaja em uma
velocidade quânticamente impossível, posso falar de filosofia, abrir a
dialética, rasgar a erística, sugar toda a didática e semântica juntando os
cacos de Schopenhauer, não, não é um dos meus favoritos, aliás, não me
parece com a biologia nem um pouco, o que tem a filosofia relacionada com a
biologia eu não sei, mas é igual a essas coisas que você vê por ai e custa a
acreditar, demora a entender e no final o sentido nem é mais importante, já
sei, posso escrever sobre uma história de suspense, quem sabe podemos começar
com um repórter, que fora do seu país de origem tenta entender o que a ilha da
magia tem para oferecer, podemos acrescentar uma mulher, quem sabe também de
nacionalidade estrangeira que dança e requebra como se estivesse em casa, para
apimentar essa história ela pode ser russa ou argentina talvez.
Não sou muito
bom para criar personagens, mas podemos dizer que ela era bela e ao mesmo tempo
indecifrável... Não... Repórteres, russas, argentinas, dança... Não me parece
atrativo, quem sabe eu nem deva escrever, tenho tantas idéias e nenhuma me vem
agora, deve ser a minha obesidade... Não, não, não tem nada a ver com meu peso,
ou com meu corpo, mas sim com minha mente, a musculatura de alto entendimento
ou apenas a consciência, devo estar fora
de forma, não, não, ainda não falo sobre o meio físico e sim do intelectual, devo
estar exagerando nas doses de mediocridade, acabo de lembrar aquilo que os
médicos falam: - Tudo que é demais engorda – sim, eu sei, mas o que fazer se o
mundo me oferece toneladas e toneladas de asneiras? Simplesmente as engulo,
naquele esquema em que sua mãe te mandava tomar remédio: - Vai, abra a boca e
feche os olhos – simples assim, pena que idiotice não tem gosto, não tem
cheiro, muito menos aviso, até quando a fartura dos néscios ira superar a candura
dos atilados?
A folha não tão mais branca assim, pulsa, toma vida, ensaia
um coro de indigências e voa esperando encontrar uma luz, como a andorinha que
sozinha não faz verão na voz de ‘João de Barro e Lamartine Babo’, estas
palavras precisam voar, expandir, ecoar nas montanhas da sociedade e se fazer
presente em cada voz, precisamos começar este ano longe do famoso dilema do “Mito
da Caverna” apresentado por Platão, quanto mais presos aos nossos olhos
estivermos mais longe dos nossos pensamentos estamos... E quanto a primeira
pergunta deste texto: em 2012 o que mais se quer é estar seguro, mas será que podemos?
Acreditemos ou não em fim de mundo, acreditemos ou não em
astrologia, bruxaria ou megalomania, quanto mais chafurdarmos na gordura
deprecativa cultural, mais perto do apocalipse chegaremos... O apocalipse
intelectual...
Por isso minha dica é: Evite a obesidade intelectual...
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A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais
E você passa de noite e sempre vê
Apartamentos acesos
Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também.
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Baader-Meinhof Blues
Legião Urbana
A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais
E você passa de noite e sempre vê
Apartamentos acesos
Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também.
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by: Willian Robson Moraes
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