segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Hoje eu vou dormir mais tarde!



Era um dia normal, daqueles que a mente desperta mas o corpo insiste em ficar deitado. Sabe quando o cobertor te abraça e parece que não vai te deixar sair pelo resto da vida, a pena é que essa relação é mais superficial do que casamento de jogador de futebol, ela dura apenas o tempo em que o despertador dispara mais uma vez seu alerta, e no ringir dos sinos, das sirenes, da música agitada e daquela buzina de navio, eu finalmente desperto “tranquilamente”.

Acordar, levantar, despertar, não necessariamente é a mesma ordem, as vezes apenas levantar, outros somente sonhar que acordou. Como todos os dias enfrentei o ritmo frenético da cidade e o movimento orquestrado de carros parados a minha frente, uma coreografia ensaiada todos os dias. 

Anda, pronto pode parar!

O último dia da semana sempre é o mais esperado, aquele descanso que vai se aproximando a cada hora e o gosto da cerveja gelada no bar que vai ficando mais forte. Naquele dia em especial eu queria sair da rotina o mais depressa possível, esvaziar a cabeça, deixar de lado todas as palavras estranhas e loucas que apareciam na tela do meu computador, apertar logo aquele maldito botão e desconectar.

Depois de toda semana, depois de todos os minutos que se arrastaram naquele dia, eu finalmente estava ali, pensamentos em um mundo distante, conversas que nem precisaram ter sentido, sorrisos, piadas e amigos. 

Como sempre a ideia de passar pouco tempo naquele lugar foi ficando cada vez mais distante. Em meio ao clima local e a vontade de curtir a vida, um convite ficou em meus pensamentos. Quando menos esperava já estava vislumbrando a maravilhosa lagoa.

Aquele samba que tocava ao fundo... sim… aquele samba… que contagiava a todos no salão, que apaziguou minha mente e me conduziu, combinado com aquele sorriso… sim… aquele sorriso… desconhecido até então, entre uma música e outra, entre um rodopio e um baile de mãos entrelaçadas, lá estávamos nós... no meio da pista!

E ali, naquele lugar, naquela luz baixa e som cativante nos encontramos. Ali, naquele exato ponto, naquele exato momento nos conhecemos. Depois disso a vontade de deixar o resto para depois e se render ao encanto daqueles passos. Aquela noite... Se eu parasse para resumir tudo que aconteceu as palavras certas seriam: sorrisos, surpresas e felicidade.

Ao final de tudo, além da refeição na madrugada, da roda de violão desconhecida e finalmente ver o dia amanhecer junto com as gaivotas, aquele pensamento que relembrava seu sorriso se prendeu em minha mente. Como as aves que se prendem as suas asas, buscando viagens mais altas.

Naquele momento o relógio não era mais importante, as horas, os minutos e os segundos viraram coadjuvantes. Enfim, enquanto uns permaneceram apegados aos seus sonhos, eu vivi! Acordado e feliz. 

Quer saber de uma coisa? 

Pode ir deitar agora, que hoje eu vou dormir mais tarde!