domingo, 31 de março de 2013

Luz, câmera e ação - Rola a bola!



 Sabe destino, vem você aqui falar de novo, sussurrar essas suas “mal ditas” palavras, tirar o sono daqueles que te observam “trabalhar”, de onde vem essa sua malicia em mudar tudo quando quer? De onde vem esse seu jeito meio louco de provar que existe?

 Enquanto as mentes cansadas se entregam ao sequestrador sono, que leva nossas mentes a um lugar frio e escuro que nos mostra apenas a realidade irreal, a minha não para nem por um segundo, queria eu desligar a chave geral e reiniciar tudo amanhã de manhã, queria eu entrar na parte inconsciente do meu ser e finalmente ser sonho, mas tá difícil...

 Nessas horas onde a cidade está mais silenciosa que a mente de muitas pessoas, a minha grita palavras, ideias, imagens, sinais de que a vida já foi mais fácil e tranquila, que as preocupações já foram menores, que o passado pode ser uma boa lembrança ou uma armadilha mortal, principalmente para aqueles que o passado não passa. Onde ficou aquela cumplicidade de quando éramos jovens? Onde estão as pessoas simples e sinceras que já passaram ao nosso lado?

Cada vida uma história, cada história um segredo, de esconderijo em esconderijo nossa mente às vezes esquece qual a história certa, às vezes no mundo que criamos não podemos mais ser protagonistas, quem muito entende nada sabe e quem pouco pensa que sabe mais avança nesse rolar de dados viciados da vida.

Quantas histórias mal contadas, quantos contos mal interpretados... Aprendemos a fazer o melhor que podíamos no palco, mas a vida não tem coxia nem blackout que te faça trocar a cena, a comédia-drama-ação-aventura chamada vida mais uma vez nos mostra a cena seguinte e não nos permite repetir, nos coloca na frente da câmera e fala: - Ação!

 Se a fala for errada, a posição alterada, se a ação não encaixar com a música?



 Edson era um menino que adorava jogar futebol, acordava e dormia com a pelota em seus braços, corria todos os dias atrás da sua amiga como quem corre atrás dos sonhos, chutava a gorducha de um lado para outro. Um dia ao tentar um chute mais forte, Edson isolou a sua querida e amada esfera futebolística.

Como quem se perde no caminho, Edson perdeu o chão, para onde teria ido aquela na qual ele corria fervorosamente atrás? Edson nunca mais a encontrou. Viveu a vida inteira se culpando por ter abusado na força do chute...

O que Edson nunca soube é que sua bola de futebol sonhava em ser um objeto em órbita livre, sonhava em circular o planeta sem a influência de ninguém. O chute de Edson apenas colocou a bola em seu caminho certo e mostrou que a vida dela não era aquela que vivia. A bola viveu feliz para sempre, já Edson...

 Nunca conseguiu seguir em frente por achar que a bola só rolava quando ele a chutava!

 Fim

quinta-feira, 21 de março de 2013

Georgia on my mind!


Sentada a beira de um lago, como se aquela fosse sua última vista, admirando a perfeição com que as folhas dançavam ao vento, lembrando dos seus longos anos, das suas aventuras, dos seu amores, dos seus sonhos, das suas ambições, a vida pede mais uma chance...

Diante da confusão do dia a dia, do stresse, da monotonia hereditária, ou simplismente das angustias ou frustrações... A vida nos lembra que continuamos vivos, que ainda é tempo de "bailar al sonido del viento", aumentar o ritmo das batidas cardíacas, colocar mais ar no peito, mais sangue nas veias e mais samba no nosso dia a dia, o carnaval acabou ou nem mesmo começou?

Afinal, essa distância entre a cabeça e o coração é realmente decisiva, esse caminho sem sinalizações e sem paradas, sem freios e com um perigo a cada encruzilhada... Nos faz Tomar o controle, saber a direção, quem disse que para entrar nesse jogo é preciso saber jogar? 

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Georgia era uma menina simples e pura, olhar tristonho, em conjunto com suas roupas feitas de retalhos que sua mãe encontrava nas ruas, ela era o emblema da "Tristeza".

Um dia ao tentar entender o mundo louco onde vivia, Georgia se afastou dos seus sonhos, seguiu os desejos de outras pessoas, que sussurravam frustrações em seu ouvido, foi viver uma vida que não era a sua, conquistou 900 amigos, 500 confidentes e 30 propostas de casamento, mas mesmo assim não sentia seu coração feliz.

Tentou de todos os modos encontrar a tal da felicidade.

Em pilulas, em líquidos, em ervas, em tratamentos, em cursos, em dinheiro... Foi tentar buscar em outros países, em outras culturas, mesmo assim não obteve sucesso, fazendo com que a pobre menina desistisse de acreditar nos seus próprios passos.

Passou a viver a rotina, estudando, trabalhando, enfim... lutando cada dia para estar viva, com a cabeça no mesmo lugar e com os pensamentos cíclicos como a roda do destino. 

Um dia ao acordar, Georgia olhou-se no espelho e viu que tinha envelhecido, que os anos passaram depressa e ela nem tinha se dado conta, viu que estava no fim, que não lhe restava muito tempo... Então com um lampejo de lucidez Georgia se direcionou ao mesmo lago que uma vez sua mãe havia lhe dito: -Minha filha, meu tesouro, se um dia a vida lhe sorrir, simplesmente sorria de volta!

Com os olhos mareados, a cabeça a mil por hora e a imagem da sua mãe, Georgia a menina pura, de olhar tristonho, que hoje já não usava retalhos, finalmente entendeu o real sentido, largou a vida que não era sua, largou tudo que tinha juntado ao longo dos anos e rodopiou, com um impulso fora do comum, rodopiou e rodopiou novamente, para cair de vez no chão com um sorriso no rosto e os olhos de esperança.



Georgia hoje não mais vive a vida de outros, aliás ela não vive mais nem a sua... Ela finalmente foi atrás de seus sonhos ... Georgia por 5 segundos foi a bailarina que sempre quis ser e assim encontrou a felicidade, agarrou em sua calda e se para outro mundo, Georgia on my mind!

Fim.