sexta-feira, 15 de maio de 2009

AS ASAS DO PONCHO


Seguir um sonho, reculutando os desejos de um domador pelo pago...
a milonga do dia é a estrada que termina, o baio chucro, o potro redomão, e a eterna
peleia, constante na vida de um peão, muy grato sou pelos dias em que a quêrencia
me acalenta, pelas noites a luz de uma lua campeando a escuridão, o chimarrão cevado,
sempre quente, ao lado dos companheiros de galpão...
o som de um chamamé ao fundo, fazendo o coração da gauchada saltar do peito, sair
pelo salão a dançar, no ritmo do trote de um tordilho, cambiando os pés ao som de uma gaita
pontiada, com o ritmo do coração, se a estrada me perece longa, agora não me desespero com
a travessia, pois sempre me encontro em forças para seguir, como as noites de alvorada, onde
lá de longe já se escutava, o tropear nos campos, de um baio a cavalgar, uma fumaça marcava
o local, de uma costela de atravessada, no meio das taipas, com o fogo véio, rasgando as noites
enluaradas, de uma invernada campeira, sempre bem acompanhada de uma moda fandangueira, as histórias de um peão, que apaixonado por sua prenda, se entrega de voz e coração, para declamar uma milonga...
essa é a vida gaudéria, um poncho, um tordilho negro, e um cusco preguiçoso, a herança
charrua que percorre os tempos, emala nos corações campeiros, e deixa o gosto do mate,
uma vida que não é a minha, mas sempre me faz querer contar esse cotidiano...
e sempre que uma milonga cabanha começa a ressoar, a alma charrua começa a despontar, louco para sair dançando, enquanto o coração louco de saudades vai troteando, sem saber em qual
galpão apear, e a vida vai seguindo, cada qual em seu lugar!!!!

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